sábado, 21 de agosto de 2010

Tô com vontade de escrever

Como de praxe eu acabo me perguntando como farei isso; é necessária alguma organização, senão tudo que vai ser escrito vai ser mera superficialidade, sem forma nem conteúdo. Claro que tem gente que consegue pegar um dia ruim, ficar reclamando e transformar isso num texto bom. No entanto, eu tenho a tendência a fugir disso. Ao contrário de ler para se divertir ou distrair, tento escrever algo que na leitura se torne produtivo, que se possa pensar em cima e se tirar suas conclusões. Como já disse uma grande amiga: mesmo que a conclusão seja "perdi meu tempo lendo isso".

Como tenho a pergunta, e não a resposta, falemos disto: o que leva a escrever? A inspiração, de onde vem? De histórias de livros? Da nossa própria vida? Ou então da vida de outro que nos toca? Quem sabe aquela inspiração maluca para uma música durante uma prova de matemática na oitava série^^?

A resposta pode ser todas, e pode ser nenhuma. Escrever não necessita de inspiração, apesar desta tornar o processo muito mais fácil, pois não é necessário buscar as respostas por um pensamento frio e científico. As perguntas estão pipocando na mente dotada de emoção e algo que a emoção faz bem é estimular a busca dessas respostas. Se estamos alegres, pensamos em como poderia ser ainda melhor, o que fazer depois, como seria diferente se(...). Tristes pensamos da mesma maneira, como liquidar o que nos aflige. A mente humana por si só e seu patamar social nos fazem perseguir essas respostas através da inquietação. Ela nos provoca, nos golpeia, nos faz sentir mal, desestrutura. Isso é ruim?

Digo que não. No momento em que estamos completamente estruturados e sem algo para pensar, vem o tédio. Tá tudo ok, sem qualquer preocupação ou tarefa. Essa desestruturação é essencial. Se na época nas cavernas, tivéssemos presas e garras, talvez o cérebro não teria se desenvolvido tanto. Da mesma maneira que um sujeito sem problemas, ou melhor, desestimulado estaciona. Pára de evoluir pois talvez acredite ter atingido seu ápice. Talvez esteja certo em um ponto, mas há várias áreas em que cada um pode melhorar, basta enxergar onde é que essa oportunidade está e não será necessária inspiração. Claro que então, devemos nos mover, sair do repouso e fazer. Mas isso é completamente outra história.